06 março 2012

Bem, faz favor.

Hoje inauguro uma nova categoria no nosso blog, em homenagem à minha sogra e sua famosa frase: "-Bem, faz favor." Vou usar essa categoria para cornetar coisas do nosso cotidiano, porque não é só de coisas belas que vivemos (infelizmente).

E para inaugurar, vou narrar a odisséia vivida por meu amado esposo e eu ontem no Hospital São Camilo (Ipiranga - SP):

Maridinho ontem acordou com muita dor na região do abdômen, deixei ele às 07:20 da manhã na porta do hospital. As 09:45 disseram que ele teria que ser internado para fazer um procedimento que duraria por volta de 3 horas. Aproveitei minha hora de almoço e corri no hospital para ver como ele estava, e para minha surpresa ele ainda estava no PS, pois não havia leito disponível... Como?????? 

Sim, minhas amigas, estou me referindo a um hospital particular, com aproximadamente 215 leitos. 

215 leitos e nenhum disponível????? Isso mesmo. O mais engraçado (ou não) é que quando cheguei ao hospital por volta de meio dia, já fui logo no setor de internação dar um barraco básico. Onde já se viu, um paciente que vai ficar internado aguardar 3 horas??? Depois de muitos vai e volta, nos informaram que em 40 minutos um quarto estaria disponível para ele.

Ledo engano, ele só subiu para o quarto às 14:00 hrs e teria que aguardar para fazer o tal procedimento. Horas se passaram e nada. Saio do serviço e corro para lá, encontro um hospital desorganizado com pessoas que mal abrem a boca para dar informações. Chego no quarto e descubro que após quatro horas nada tinha sido feito. Ele já havia dito para as enfermeiras que iria embora, pois o descaso era inacreditável.

Logo após a minha chegada, vem uma médica, super simpática e diz que se ele fosse embora seria considerado evasão e que ele não teria direito a levar nenhuma documentação do hospital, pede para que ele tenha só mais um pouco de paciência e que vai contactar o cirurgião responsável  para uma última análise.

Para resumir, o procedimento foi realizado às 20:00 hrs. 

Nesse meio tempo nos deparamos com outra falta de respeito além daquela que estávamos sofrendo por horas: os carros na rua buzinam, passam tocando música alta, gritam, xingam. O silêncio que é garantido pela legislação de trânsito, não é respeitado hora nenhuma. Nos corredores, as pessoas passam falando alto, gargalhando, como se estivessem eu um shopping center ou em uma festa. Gente, existem pessoas doentes naquele lugar, pessoas com dor, que sofrem e só querem um pouco de sossego.





É amigas, chegamos em casa às 23:00 hrs, cansados, indignados e com uma tristeza muito forte em nossos corações. Ficamos imaginando o sofrimento das pessoas que tem seus entes queridos internados por dias, muitas vezes meses.

Por tudo isso: Bem, faz favor: se o ser humano é tratado como lixo em um hospital particular, imagina como esta o atendimento nos hospitais públicos??

Cris Lodi

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